O mestre da ilusão

Centro Cultural Banco do Brasil recebe mostra com obras do artista holandês Maurits Cornelis Escher.

Cinema saudosista

Hanna-Barbera e Universo Marvel povoam as produções de cinema resgatando as boas coisas da infância.

Entendendo hashtaguinês

Depois do internetês e do miguxês, o Twitter chega para aumentar o número de dialetos na grande rede.

Como entender a vida de um jornalista

Depois desta leitura, os amigos e parentes vão pensar duas vezes antes de falar que vida de jornalista é moleza.

Cidade Jurássica

Feras invadem a Barra da Tijuca e viram uma ótima opção de entretenimento para toda a família.

20 de julho de 2010

Goeldi - o encantador das sombras

Dando partida às homenagens pelo cinquentenário da morte do artista carioca Oswaldo Goeldi (1895-1961), o Centro Cultural Correios inaugura a exposição Goeldi – o encantador das sombras no dia 21 de julho (quarta-feira). A mostra, sob a curadoria de Lani Goeldi, sobrinha neta do artista, oferece ao público um amplo panorama de sua trajetória artística e pessoal reunindo cerca de 120 obras, além de livros, ilustrações, estudos, registros e dois vídeos, um realizado pela artista Lygia Pape e outro produzido pelo cineasta Allan Ribeiro com depoimentos de Anna Letycia, Darel Valença Lins, Noemi Ribeiro, Rubem Grillo e Adir Botelho. A mostra conta ainda com uma cronologia ilustrada e também será remontado o atelier do artista com objetos pessoais e ferramentas usadas em seu dia a dia.

Além de grande xilogravurista, desenhista e ilustrador, Goeldi era admirado por sua personalidade marcante e sua atividade de professor. Ele foi o responsável por todo um trabalho de formação de gravuristas em madeira no Brasil no século XX.


O patrocínio é dos Correios e a produção da mostra está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira. O design da montagem utilizará recursos de cor, som e iluminação para acentuar as características dos trabalhos num clima lúdico e intenso. A trilha sonora conta com clássicos de Vivaldi para dar um ar intimista ao ambiente. Oswaldo Goeldi é mundialmente venerado no meio artístico e suas obras são matérias de referência no campo da gravura.


O Centro Cultural Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – RJ. A abertura acontece no dia 21 de julho, às 19h, e a exposição será de 22 de julho (quinta-feira) a 05 de setembro (domingo) sempre das 12h às 19h com entrada franca e livre para todas as idades. Para mais informações: (21) 2253-1580.

Fonte: Raquel Silva (Assessoria de Comunicação)

11 de julho de 2010

Oferecendo novas oportunidades

ONG recupera a auto-estima das crianças de Parada de Lucas


Uma ida com o filho de 11 anos a um baile funk na comunidade de Parada de Lucas onde viu crianças dançando ao som de músicas que faziam apologia ao crime, ao uso de drogas e ao sexo sem proteção foi o que motivou a mineira Neuza Nascimento, moradora do Rio de Janeiro há 39 anos, a oferecer uma nova alternativa às crianças que moram na localidade. “Descobri com o tempo que as meninas vão ao salão cortar o cabelo para o baile, os garotos compram tênis e percebi que era simplesmente falta de opção. Pensei em uma solução: tirar as crianças de dentro da comunidade para elas verem outras coisas. Fiz o curso de Liderança Comunitária na UERJ e recebi um convite para o evento UERJ sem Muros e levei um grupo de oito crianças que tiveram o primeiro contato com DST/AIDS”.


Outros eventos culturais foram acontecendo depois desse dia como o Festival de Cinema Nacional e visita a espaços como Piscinão de Ramos, Casa França-Brasil, Museu da Marinha e Centro Cultural dos Correios. Nesses passeios, Neuza sempre recebia doação dos comerciantes de Parada de Lucas para produzir o lanche das crianças, mas um fato a fez despertar e ver que precisava regularizar o projeto: “A SUDERJ me convidou para uma visita ao Maracanã e prometeu dar o lanche. Ia com 13 crianças e, quando faltavam duas horas, a SUDERJ me ligou avisando que não ia ter mais lanche. Me desesperei com aquilo e saí pela favela pedindo só que ninguém queria doar porque eu não tinha um papel da Associação de Moradores”.


A partir daí, Neuza lutou para regularizar sua situação e nascia o CIACAC – Centro Integrado de Apoio à Criança e Adolescente de Comunidades. Devido aos contatos que tinha em vários centros culturais, a ONG começou a receber ajuda de voluntários estrangeiros que vinham de várias partes do mundo, a maioria de estudantes de Letras da Universidade de Nottingham que só vieram a somar com suas experiências. “No começo existiu uma coisa muito mais violenta que timidez diante de um homem branco dominador. Hoje elas descobriram que todo mundo é igual, que estrangeiro caga, fede, tem perfume”. Atualmente o CIACAC oferece aulas de inglês, artes, basquete, capoeira e começou com aulas de yoga no mês de junho. Apesar de não contar com apoio financeiro, Neuza não desiste ao ver que seu trabalho tem dado frutos: “As crianças são muito tímidas e têm uma baixo-estima, mas, de uma maneira ou de outra, eles estão tendo mais noção de si mesmas”.

Artesanato sustentável

Morador de Parada de Lucas ensina a arte da taboa a adolescentes da comunidade


A taboa é uma planta aquática que cresce junto a brejos e manguezais e chega a medir dois metros e é muito usado na confecção de sofás, puffs e outros móveis. Além da beleza e ar rústico que a arte propõe à casa, é um modo de preservar o meio ambiente através de um trabalho sustentável. Em Parada de Lucas, o artesão Francisco Jorge Cruz, de 47 anos, trabalha há 12 anos com essa técnica ao lado da esposa Simone da Silva. Francisco já trabalhou em vários lugares: fazendo bolsas no fim dos anos 70, foi trocador de ônibus e agora trabalho fazendo os móveis para uma firma, mas sempre arruma tempo para ensinar a arte a quem quer aprender, principalmente para a família. “Acordo às cinco da manhã para chegar aqui às seis. Vou para casa às 10h fazer o almoço e volto depois. Gosto muito do que faço, pena que não tenho mais tempo”, disse a esposa do artesão.


São cinco pessoas trabalhando, mas apenas três são profissionais. “Os coleguinhas dos meus filhos vieram querendo aprender e ensinei. É difícil arrumar quem queira trabalhar, mas eu não deixo trabalhar muito. Deixo de 8h a meio-dia”. Um dos ajudantes é David Brendo, de 16 anos, que trabalha a pouco mais de um mês e considera o trabalho uma distração para o dia a dia. “Aqui é mole, mas tem umas coisas que são mais difíceis. Eu separo a taboa, corto, desamasso e enrolo no ferro”. Apesar de trabalhar ao ar livre, Francisco tem um galpão alugado onde faz as encomendas quando chove. O material vem da região de Campos e, por mês, a família consegue tirar uma renda por volta de R$1300,00.

O raiar de um novo dia

Duas educadoras se unem em prol da educação de estudantes de Parada de Lucas


“Antes de estudar aqui eu estava com as notas ruins, agora eu passei em todas as matérias”. O depoimento do pequeno Alexandre Santos, de 12 anos que cursa a 6ª série do Ensino Fundamental, mostra o resultado do árduo trabalho de Ivaneide França e Marli Macedo que se uniram para fundar a ONG Sol Nascente para oferecer reforço escolar e outras atividades para os estudantes da comunidade. “Entrei para trabalhar na Associação de Moradores em 2004 e vi que a necessidade é muito grande em projetos sociais. Muitos chegam aqui e não são alfabetizados. É muito triste você ver uma criança na escola que não lê e não escreve”, desabada Marli, criadora da ONG. O nome Sol Nascente surgiu com o intuito de significar uma coisa que está nascendo e espera que germine e cresça. “Nossa dificuldade é muita, mas é um sol que vai brilhar para gente”, disse Marli.

Única professora para os 130 alunos, Ivaneide (ou tia Neide como é mais conhecida) sabe que a tarefa não é fácil, mas acredita que o trabalho tem valido a pena. “Não é fácil, tem que ter muita paciência porque sou eu sozinha para todas as séries. As crianças são muito boas e a gente vai conseguindo”.


Um dos sonhos das duas educadoras é conseguir um padrinho para a instituição que, muitas vezes, só conta com o dinheiro delas mesmas. A atual sede (a ONG funcionava na Associação de Moradores do bairro) ocupou lugar do que seria a casa de Marli que hoje mora com a mãe, mas não desanima diante dos momentos em que o cansaço bate. “Eu sei as dificuldades que meus pais tiveram para que eu pudesse estudar. Posso oferecer experiência do que eu tive, do que eu fui. Não é só chegar aqui, sentar e fazer o dever. O pai tem que acompanhar. Ensinamos que tudo é possível e que não pode desistir. A gente oferece o nosso melhor”.

Famíla em foco

O escritor Pedro Ferreira convida você para a noite de autógrafos no lançamento do livro Família em Foco que acontecerá no dia 16 de julho (sexta-feira), a partir das 20h, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro que fica na Rua Getúlio Vargas, 51 – Centro de Nova Iguaçu (em frente à estação ferroviária). Você não pode perder essa que será uma noite impactante para você e sua família. Reúna os amigos e familiares e venha prestigiar esse talento da Baixada Fluminense.